29 de março de 2011

Menos é mais.

Esta nossa época de consumo desenfreado levou-nos a acreditar que ter muito, ter em grande, seria se não a chave da felicidade, o ponto de partida para a alcançar.
Se algum mérito tenho de reconhecer a esta crise, é o de nos fazer repensar o valor das "coisas".
Afinal, o que significa o ter? O que afinal temos? Coisas?
A casa "comprada com tanto esforço", não é nossa, pois não? É do banco... até sermos velhinhos e, com um pouco de sorte, se lá chegarmos e a conseguirmos pagar toda, será dos nossos filhos, ou então vendida para dividir pelos herdeiros, ou eu sei lá! Mas afirmo de peito cheio: é MINHA! Olarilas! Não passeio, não como fora, vivo a contar tostões para não falhar a prestação, mas a casa é minha! Ainda por cima depois das obras que lhe fiz, com a ajuda da 2ª hipoteca, está como nova. Ah pois!
E o carro? Também é meu, concerteza. E do banco, financiadora, etc e tal. Mas é bom, grande, e anda que se farta ,embora não possamos acelerar por causa das multas, mas se pudéssemos... e fazia tanta falta assim um carro grande para toda a família, que pode aumentar... e para quando formos passear, quando a crise passar...
E não vale a pena mencionar, as roupas, os computadores, gadgets e afins, bens de primeira necessidade actualmente, ou não são? Se o ordenado não chegar pudemos sempre utilizar o cartão de crédito, só de vez enquanto...
E as crianças? Todos temos noção que com a sociedade como está é neles que temos de investir. O colégio pode ser caro, mas não é a educação a nossa primeira preocupação?
Temos de comer fora ao almoço porque trabalhamos longe de casa. O jantar a maior parte das vezes compramos no pronto a comer porque não dá tempo para o fazer, com a ginástica dos miúdos, o ballet, o futebol e o inglês.
Em resumo, a culpa é da crise!
Como poderá o vencimento chegar? Bendita conta ordenado!

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